A arte e a cultura podem ser uma forma de terapia: encontros inspiradores do Conecta Cultura em Rio Branco do Sul

Os encontros que acontecem por acaso são os mais doidos das nossas vidas e têm o potencial de serem os mais bonitos também. Em março, o Conecta Cultura, coordenado por Shayene Ferreira, já estava provado e Denise Ribeiro, administrada e moradora de Rio Branco do Sul estava pensando: “Seria legal fazer um projeto, alguma coisa na área cultural na cidade.”

Em seu círculo de amigos circulou a sugestão de escrever para a Lei Rouanet, só que o prazo era curto e a ideia acabou ficando guardada mais alguns dias, até o encontro com o Conecta Cultura na cidade. A identificação com o curso foi automática porque “ele dá um estalo sobre um monte de possibilidades que a gente pode desenvolver na cultura da região”, afirma Denise.

As aulas do curso em Rio Branco do Sul foram divididas em uma semana de encontros presenciais e uma semana on-line. Ainda nos primeiros encontros com a turma toda no Casarão Furquim – local das aulas na cidade – Denise e demais colegas falaram muito sobre a possibilidade de ter mais espaços e oportunidades para as crianças da cidade aproveitarem, especialmente, no período pós-escola.

Para isso, Denise e seu grupo pensaram em atividades, em parceria com a Secretaria de Educação municipal, que reunissem alunos e suas famílias com o objetivo de aprender sobre a reciclagem e destinação de resíduos, a preservação ambiental e a restauração de praças e tudo isso aliado a iniciativas culturais.

No transcorrer das semanas, os encontros funcionarão para apresentar leis e iniciativas culturais e, também, para inspirar. Um desses “estalos” como definiu Denise no começo da conversa foi dado por Evelin Moreira, escritora e autora do livro “Cemitério de Coisas Vivas”. Ela ministrou, on-line, a aula sobre escrita criativa e para Denise foi o impulso para escrever o livro que passeou por seus pensamentos, desde sempre.

“Depois que eu tive a aula do livro eu já comecei a escrever um e quero terminar esse ano”, contou Denise. Ela também explicou que a ideia é escrever sobre a região de Rio Branco do Sul. Como na ideia de projeto durante as aulas, Denise já fez parcerias para escrever.

Uma de suas parceiras é mãe, professora aposentada e que “amava muito a profissão e por isso é preciso achar coisas para ela se ocupar”, conta Denise. Por isso, ‘mamãe’ já está escalada para ser coautora e trabalhar nas histórias da cidade.

A dança social em imagens

“A aula que eu mais gostei foi a de fotografia (do Ítalo Campos), porque é um assunto que eu gosto bastante e foi muito inspirador”, contou Tamires Godoi. Ela é dançarina e teve, por cinco anos, um projeto de balé social com apresentações em teatros e shoppings. Uma amiga fez a apresentação do Conecta Cultura para ela que se interessou por gostar da área e pela oportunidade de aprender a escrever projetos, algo que não conhecia.

Lá no primeiro dia presencial, Tamires já sabia que queria fazer alguma coisa relacionada com a dança. Mas ainda faltava organizar as ideias. Isso veio junto com as aulas do curso que apresentaram os editais culturais, os caminhos para realizar a inscrição e também os processos para escrever o projeto.

Foi assim que ela se decidiu pela produção de um projeto de curta-metragem relacionado a dança. É uma ideia, segundo Tamires, de produzir algo relevante que ajude a impulsionar a cultura da cidade. “Eu vejo possibilidade de participar dos editais e de escrever o meu projeto porque eu acredito que ele é muito bom”, afirmou.

E a escrita pode ser também uma inspiração, como a aula de escrita criativa que despertou nela a vontade de voltar a escrever com frequência. Outro fator fundamental, aponta Tamires, é a presença do curso na cidade de Rio Branco do Sul: “Receber o curso aqui talvez seja uma das poucas oportunidades de ter esse conteúdo porque as vezes não há condições de ir buscar essa oportunidade na capital”, afirmou.

Para Shayene Ferreira, coordenadora e idealizadora do Conecta Cultura, conhecer as pessoas que o curso alcança e ver a cultura atuando como um fator de acolhimento, aproximação das pessoas e de inspiração: “faz valer todo o trabalho.”

As aulas do Conecta Cultura na cidade de Rio Branco do Sul terminaram no sábado, 4, de outubro. Nessa semana tiveram início as aulas na cidade de Paranaguá, última cidade do calendário do curso.